REMÉDIOS PARA DORMIR: QUANDO USÁ-LOS E QUAIS OS RISCOS?

A pandemia do coronavírus mudou hábitos, atingindo em cheio as noites de sono das pessoas. Com isso, cresceu a quantidade de gente que está se medicando (com e sem ajuda de um profissional) para afastar as crises de insônia. Mas o mau uso dessas substâncias pode piorar a qualidade do repouso e ainda afetar a saúde.
Quem não dorme bem certamente paga a conta no dia seguinte. Os reflexos se tornam lentos, a pessoa fica mais irritada do que o normal. Todos nós temos noites ruins, mas, quando isso se repete, é sinal de que o problema é crônico e está na hora de procurar ajuda de um médico.
Antes de recorrer a medicamentos, os especialistas costumam avaliar a higiene do sono. Cada um tem de procurar o que traz relaxamento antes de dormir. As telas, com certeza, são um problema para o cérebro. Às vezes, basta a mudança de um comportamento para solucionar a insônia.
Quando entram os remédios
Quando a reavaliação da rotina não faz efeito no sono, os medicamentos surgem como solução, mas o correto é que seja temporária. Tomar remédio para dormir é apagar o incêndio. As causas do fogo devem ser investigadas e podem ser tratadas com terapia, apoio familiar, exercícios físicos, boa alimentação, ou seja, fatores que também se alteraram com a pandemia.
Há diversas categorias de remédios que demandam prescrição, como os hipnóticos, as chamadas drogas Z (que tem como ativo a substância GABA), os antidepressivos sedativos e os antipsicóticos (usados em doses menores quando a ideia é combater a falta de sono), além dos agonistas dos receptores da melatonina.
A escolha do medicamento depende do tipo de insônia, que pode ser a inicial, quando há dificuldade de pegar no sono; a intermediária, que ocorre quando se acorda no meio da noite ou não há uma sequência de repouso; ou a insônia terminal, quando se desperta muito mais cedo.
Independentemente do remédio, ele precisa ser ministrado dentro da dose e horários estabelecidos por um especialista.
Natural não é sinônimo de seguro
Ervas e fitoterápicos, como fórmulas à base de passiflora, camomila e valeriana, são vendidas livremente nas farmácias, mas também exigem cuidado. É uma categoria ainda mais sensível, porque não há padrões de formulação, princípios ativos ou dosagens. Um estudo publicado no periódico Sleep, da Oxford Academy, relata os riscos ao combinar substâncias naturais com as receitadas pelos médicos.
Suplementos ou ervas também têm graus de interação com outros remédios. Pensando nisso, um idoso, por exemplo, que já faz diversos tratamentos, precisa comunicar o médico que precisa de ajuda para dormir.
Além de essas receitas não serem eficazes, esse intercâmbio de suplementos com medicamentos retarda o acesso das pessoas a tratamentos mais certeiros, inclusive as terapias comportamentais.
Fonte: Veja Saúde